O que uma empresa de etanol, uma empresa de reciclagem e uma empresa de compra coletiva podem ter em comum? São empresas que se destacam no novo cenário da ECONOMIA CIRCULAR: uma economia mais restauradora, menos destruidora e mais colaborativa.
Numa sociedade onde prevalece o mais barato, o conveniente e o descartável, as questões relacionadas à ética, saúde e geração de lixo muitas vezes passam desapercebidas. O produto barato para o consumidor pode estar saindo muito caro em alguma outra parte da cadeia. A refeição conveniente nem sempre é a mais saudável e prazeirosa. E o descartável e prático no momento do consumo gera uma quantidade de lixo e problemas que não estamos sabendo como resolver.
Empresas e governos discutiram globalmente a economia de baixo carbono e a economia verde. Agora é a vez da ECONOMIA CIRCULAR: uma economia na qual o crescimento produtivo está desconectado ao uso crescente de matéria-prima. Não é suficiente olharmos somente para redução de impacto e para o aumento da eficiência dos processos produtivos. Precisamos rever valores, redefinir produtos e serviços e estabelecer novos modelos de negócios.
A ECONOMIA CIRCULAR propõe novas formas de consumo. Os consumidores são vistos como usuários e os produtos como serviços. A discussão é impulsionada pelo risco no suprimento de matéria-prima, pelas novas tecnologias e contribui para a geração de emprego, novos negócios, novas habilidades e materiais, melhor qualidade de vida, ganhos de competitividade e maior aproximação das empresas junto aos consumidores.
O pensamento linear do “compra, usa e joga fora” deve ser substituído pelo pensamento circular que estabelece uma visão sistêmica e integrada. Produtos devem ser desenvolvidos de forma a não gerar resíduos ao longo da cadeia e que possam retornar como compostos orgânicos ou para que suas partes sejam desmontadas e usadas novamente.
Por isso, vamos circular!
O mundo está mudando e o consumidor está cada vez mais exigente. Portanto, as empresas têm que estar cada vez mais atentas e preparadas para o futuro.
Aqui, você vai acompanhar o debate, conhecer um pouco mais sobre a
Economia Circular, sobre as discussões globais e as oportunidades para o mercado brasileiro.
Ref: Livro Gestão Empresarial para a Sustentabilidade em tempos de Mudanças Climática, Editora Manole, 2015 – Capítulo Gestão de Ciclo de Vida como diferencial competitivo para as empresas, Beatriz Luz e Claudia Echevengua
Beatriz Luz
Especialista em Sustentabilidade estratégica e Economia Circular com mais de 10 anos de experiência na Inglaterra. Nos últimos 5 anos atuou na Odebrecht Ambiental e Braskem e teve um papel importante na disseminação do conceito de ACV no Brasil como co-autora do 1o guia global de ACV para executivos e idealizadora da Rede ACV. Impulsionou a discussão da Economia Circular no âmbito da Indústria Química no Brasil destacando os benefícios da Bioeconomia. Hoje articula parcerias internacionais para a construção da plataforma de troca de conhecimento global Exchange4Change Brasil visando impulsionar a transição para a economia circular no Brasil.