Wagner Lucena, especialista da Embrapa, atua na pesquisa de tecnologias que economizam insumos e resultam em maior nível de sustentabilidade nas cadeias produtivas que envolvem a agricultura e a indústria. “É preciso desmistificar essa questão dos transgênicos. Não existe planta do bem e planta do mal. O que precisamos é oferecer ferramentas tecnológicas que provoquem menos impacto ao meio ambiente”, afirma o pesquisador, que participa do painel Inovação para a Sustentabilidade.
Ele cita como exemplo o algodão: para tingir um quilo do produto são gastos 10 mil litros de água, embora existam na natureza espécies coloridas da planta. Em 20 anos de pesquisas a Embrapa fez o cruzamento de espécies de algodão de fibra branca de boa qualidade, com tipos silvestres, existentes na natureza, de qualidade inferior, mas que têm a fibra colorida.
Os melhoramentos genéticos resultaram em cinco variedades de plantas que produzem plumas em tonalidades de verdes, marrons e avermelhados, com fibras longas aptas a serem utilizadas na indústria têxtil. O algodão colorido, que é tão antigo quanto o algodão branco, vem sendo cultivado no Brasil por pequenos agricultores que já estão exportando parte de suas produções.
“Apesar de, classicamente, o público interessado nestes temas apresentar resistências ao uso de ferramentas biotecnológicas, acredito que o Green Nation é uma oportunidade impar para quebrarmos estigmas e levantarmos uma discussão saudável sobre o quanto esta polarização prejudicou a compreensão sobre as vantagens do algodão colorido para a cadeia produtiva e a adesão aos produtos tecnológicos que estão por vir”.
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