Queremos falar um pouco sobre o coquetel de abertura do Green Nation que ocorrerá no dia 23/11/2016.
Como a abertura é uma data muito especial de um evento especialíssimo que trata do futuro de nosso planeta, convidamos chefs especializados para confeccionar pratos sem glúten, sem lácteos e com opções veganas. O motivo dessas escolhas é para demonstrar que é possível preparar receitas gastronômicas, mesmo com a exclusão do glúten e do leite.
Muito além das dietas da moda, é fato que o glúten e o leite são onipresentes em nossa alimentação. Vejamos! Num dia de alimentação típica é comum em nosso desjejum comermos pão francês com manteiga, queijo, iogurte e bebermos café com leite. No lanche optamos por pão integral com queijo e presunto e um copo de chocolate com leite. No almoço nos fartamos com espaguete com molho branco e de sobremesa nos deliciamos com um pudim de leite. No lanche da tarde comemos cream crackers com requeijão. No jantar completamos o dia com uma pizza aos quatro queijos.
Sem muito exagero, podemos dizer que uma alimentação muito semelhante a esta faz parte do dia a dia de milhões de brasileiros.
Não precisamos de um especialista para constatar que a base dessa alimentação é o trigo e o leite. Acontece que o trigo contém glúten e o leite contém lactose e caseína.
A maioria das pessoas não são celíacas ou alérgicas ao trigo e nem alérgicas ou intolerantes ao leite, mas essa alimentação quase que exclusivamente baseada em trigo e leite pode, com o passar dos anos, levar pessoas a adquirir intolerância ou alergia em decorrência do excesso continuado da ingestão de trigo e leite. O quadro se agrava quando constatamos que muitos dos alimentos preparados a partir do trigo e do leite são muito calóricos e muitos deles são ultraprocessados. A pessoa que se alimenta dessa maneira quase não consome vegetais e frutas que são as fontes mais importantes de micronutrientes e compostos funcionais.
É uma alimentação monótona e que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, obesidade e hipertensão.
Além disso, gera aumento do lixo, devido ao descarte de suas embalagens, gera aumento de áreas dedicadas a monocultura do trigo e gera aumento da área de pastagem para o gado. Leva, também, ao aumento de peso da população por se tratar de uma dieta excessivamente calórica, o que acarreta maior necessidade de alimentos porque o aumento de peso corporal aumenta as necessidades energéticas e leva a pessoa a comer mais ainda, o que acarreta na necessidade de mais área para cultivo de trigo e mais área para pastagens o que necessariamente implica na redução das áreas ocupadas pela vegetação nativa.
Então, fizemos a proposição de um coquetel composto de pratos sem glúten, sem lácteos e com opções veganas, mas a intenção não é demonstrarmos que as dietas da moda podem ser saborosas.
Queremos sim, alertar para a necessidade de termos uma alimentação mais diversificada, saudável, nutritiva, com maior consumo de hortaliças, raízes e frutas e aproveitamento integral de folhas, caules, cascas, ou seja, todas as partes do alimento. Queremos reduzir a produção de lixo.
Queremos propor uma alimentação mais regionalizada, com a utilização de produtos locais, como, por exemplo, a mandioca, a banana verde e o abacate, o que é bom para a saúde e, também, para o meio ambiente. Uma alimentação que possa reduzir as áreas necessárias para a agropecuária.
Queremos utilizar plantas que normalmente não fazem parte do nosso cardápio, as já famosas PANCS (plantas alimentícias não convencionais), como, por exemplo, a ora-pro-nóbis, que podem nos ajudar a quebrar a monotonia alimentar, melhorar a ingestão de nutrientes e reduzir os custos da alimentação.
Queremos uma alimentação SUSTENTÁVEL.