Estamos acostumados à imagem de grandes e modernos arranha céus como sinônimo de empresas com escritórios equipados, executivos, start ups e tecnologia de ponta. Mas e se um prédio fosse construído na África para cultivo agrícola? Essa foi a proposta dos arquitetos poloneses Pawel Lipiński e Mateusz Frankowski com o Mashambas Skyscraper. O projeto venceu 400 outras concorrentes no concurso anual da Revista eVolo, dirigido a arquitetos, estudantes, engenheiros, designers e artistas de todo o mundo.
O Mashambas Skyscraper é um arranha-céu destinado à agricultura, funciona como uma fazenda, centro de educação e centro comunitário, tudo em um só lugar. Seu objetivo final, segundo os autores, é treinar agricultores de subsistência em técnicas agrícolas modernas para que eles possam melhorar sua colheita e sair da pobreza.
Na África, onde 70% da população vive em áreas rurais e pratica principalmente a agricultura de subsistência. Com avanços científicos da “revolução verde” podem ser introduzidas técnicas agrícolas modernas que aumentem a produção e acabem com a pobreza extrema.
A revolução nunca chegou aos campos agrícolas da África por conta de fatores como o clima desafiador do continente, seus conflitos civis pós-coloniais, uma infraestrutura atrasada e falta de acesso aos mercados internacionais.
Uma das características mais originais do arranha-céu Mashambas é a sua mobilidade. Ele pode ser construído em um lugar, ficar lá por meses ou anos (ou, como os designers escrevem, até que a comunidade se torne autossuficiente), e depois ser reconstruído em um novo local. Depois que a estrutura é movida, uma camada de base permanece, o que pode servir como um mercado para os moradores.
No topo da estrutura estão campos em camadas, que podem fornecer comida suficiente para alimentar uma aldeia inteira. Estes situam-se acima de um centro de educação, que fornece treinamento aos agricultores locais sobre as melhores práticas agrícolas. Há um centro de ancoragem de drone no meio, que pode fornecer produtos agrícolas para locais remotos. E, finalmente, no térreo, há um jardim de infância, consultório médico e centro de informações.
“Dar treinamento, fertilizantes e sementes aos pequenos agricultores pode dar a eles a oportunidade de produzir tanto por hectare quanto as grandes fazendas modernas”, escreveram os arquitetos.
Atualmente, quatro países da África Subsaariana enfrentam uma fome massiva que ameaça a vida de 20 milhões de pessoas. Inovações como o arranha-céu Mashambas, bem como a proliferação de aplicativos que podem atender aos agricultores na África rural têm o potencial de promover a agricultura sustentável a longo prazo e melhorar o rendimento das culturas, apesar dos desafios logísticos da agricultura no continente africano. Mas para aqueles que sofrem atualmente com a seca, ações imediatas precisam ser tomadas.
