Entrevista com Rejane Reis, da agência Exotic Tours que promove passeios na Rocinha

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ODS - ONU

Belas praias, cachoeiras, florestas, museus, teatro, gastronomia, Lapa, Santa Teresa, o Rio de Janeiro oferece todas essas “mordomias” em abundância para ninguém botar defeito. Mas existe o outro lado que poucos turistas conhecem e que hoje já faz parte dos passeios na Cidade Maravilhosa. Que lugares são esses? As comunidades cariocas!

Desenvolvido por Rejane Reis, o turismo na favela foi iniciado em 1998 com a intenção de mostrar a realidade vivida pelas comunidades carentes e criar oportunidades de trabalho para os jovens de classe média baixa. Da ideia nasceu a Oficina de Turismo, que capacita moradores a receber os visitantes da melhor forma possível. Confira a entrevista com Rejane!

Quais são os passeios exóticos que a agência faz com os turistas?
Os passeios são sempre feitos a pé pela comunidade da Rocinha, nos centros históricos do Rio – como Santa Teresa e Lapa, pelas trilhas da Floresta da Tijuca, pelas praias até Grumari, entre outros pontos turísticos requisitados. Além desses, também levo muitos turistas para assistir às cerimonias de candomblé, ensaios de escola de samba e as rodas de capoeira.

Como surgiu a ideia do turismo em comunidades? Tem sucesso nacional e internacional?
Surgiu pelo próprio turista que sempre teve curiosidade em conhece-las. Então veio a ideia de fazer um turismo sustentável, onde a comunidade pudesse ser também beneficiada nesse projeto, como faz a oficina de turismo, em prática desde 1998. Durante o tour, os  visitantes  conhecem  uma  outra  realidade,  conhecem  a  cultura  local,  o  desenvolvimento  e  diversas atividades que os moradores desempenham para ganhar a vida – desde fazer artesanato com reciclagem de  plástico  até  aulas  de  música  e  lutas  diversas.

Qual o público que mais procura a Exotic?
Os americanos.

De que forma esse tipo de turismo coopera para o desenvolvimento social?
Eles recebem capacitação para trabalhar com turismo dentro e fora da comunidade. É uma oportunidade para se engajar no mercado de trabalho. A Oficina de Turismo conta com 32 alunos moradores da Rocinha, Vidigal, Cidade de Deus e Vila Canoas.

Os turistas são bem vindos nas comunidades?
Sim. Em função desse projeto os moradores são diretamente beneficiados. Foi a primeira vez que eles tiveram a oportunidade de trabalhar dentro da própria comunidade e agora com o registro da Embratur.

Soube que os guias da Exotic são moradores da Rocinha. Como funciona isso?
Estudam comigo gratuitamente e depois fazem um curso da Embratur beneficiado pelo projeto.

Me fale um pouco da oficina de turismo.
Os alunos têm uma aula prática e uma teórica por semana. Lá eles aprendem como se comportar com os turistas. Além de receberem informações sobre a o lugar onde vivem, os meninos, com idade entre 14 e 25 anos, contam com o apoio de quatro professores que ministram aulas de Inglês, espanhol, técnica e atrativos turísticos. Faz parte do currículo também as saídas externas a pontos turísticos que eles nunca visitaram como, Corcovado, Pão de Açúcar e Floresta da Tijuca. Tudo para que tenham noção geral da própria cidade e também saibam  por onde os turistas circulam no Rio de Janeiro. Dessa forma eles adquirem cultura e melhoram a autoestima.

E a respeito da sustentabilidade no turismo. Seus guias também recebem capacitação sobre as questões relacionadas a esse tema?

Sim. O passeio tem que ser bom para quem visita e principalmente para quem recebe. Respeitar o meio ambiente e o sistema viário é primordial. Por exemplo, visitar a comunidade a pé você não vai prejudicar o trânsito interno e vai ajudar o comércio de uma forma geral – como comprar artesanatos ou algo para comer e beber. Diferente de fazer o tour de carro, que você só tira fotos e beneficia  apenas o turista e a agência que vendeu o pacote.

Conheça a Exotic Tour!

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