Antes do êxodo rural em massa no Brasil, em meados do século XX, a população se alimentava com o que cultivava nas fazendas e principalmente de produtos frescos, ou in natura. Também era comum consumir produtos processados como doces em calda, farinhas, queijos e pães. Assim como a vida e o trabalho se transformaram de lá pra cá, a forma de perceber o alimento e de se alimentar mudou muito.
Com um ritmo mais acelerado que o campo, a cidade proporciona uma relação diferente com a comida. Vendido em prateleiras, geladeiras e feiras, o alimento contemporâneo frequentemente se afasta do contato com a natureza proporcionado pelo campo. Com pressa, há quem prefira aquilo que leve menos tempo pra ficar pronto ou dê menos trabalho. É comum que não se saiba de onde veio o alimento do prato de cada dia, nem como foi cultivado e muito menos quais os impactos que aquela produção gerou no ambiente. Para uns, o sustentável está no simples e no natural.
Abaixo, algumas reflexões sobre a alimentação sustentável:
- Comer local faz bem. Para você, para o meio ambiente e para quem produz. Quando se dá preferência a alimentos de origem local, a produção já é facilitada pela natureza, por se tratar de um alimento originário e muitas vezes não é necessário o uso de agrotóxicos e adubos químicos. Além disso, a produção de alimentos locais costuma ser feita por pequenos produtores, logo a escolha pelo consumo local apoia famílias que dali tiram o seu sustento. Outro fator positivo é a pegada ecológica desse tipo de escolha alimentar, que é baixa por não realizar grandes transportes aéreos ou ultramarinos.
- Quanto mais natural, mais nutritivo. Os alimentos in natura são aqueles que não sofreram modificações até serem comercializados, como frutas, legumes, castanhas, ovos e leite. São os mais nutritivos, em comparação aos processados e ultra processados, que passam por muitas etapas de modificação até o consumo. Os ultra processados geram um grande número de embalagens a serem descartadas logo após o consumo, aumentando seu impacto ambiental de maneira inversa à sua capacidade nutritiva, que diminui a cada nova etapa de modificação do produto.
- Diversifique sua alimentação! Quanto mais ricas em diferentes tipos e grupos de alimentos, mais nutritivas suas refeições podem ser. Coma frutas diferentes, legumes, verduras, varie os tubérculos e grãos. Dessa forma, fica mais fácil obter todos os nutrientes que seu corpo precisa.
- Separe e dê um destino adequado ao seu lixo. Quando escolhemos ou preparamos um alimento, muito provavelmente haverá produção de resíduos. Uma das formas de trazer a sustentabilidade à cozinha é separando o lixo em reciclável, comum e compostável, destinando cada tipo ao fim adequado.
- Evite o desperdício no preparo e no consumo. É importante ficar atento com o desperdício de água, gás e energia na cozinha durante o preparo da comida. Além disso, é super possível aproveitar melhor os alimentos no dia a dia. Há partes que costumam ser jogadas fora, como cascas e sementes. Com cascas pode-se fazer sopas e caldos, enquanto sementes ficam ótimas nas saladas. Algumas sementes podem servir até para fazer bebida vegetal, como as de melão.
A sustentabilidade é algo transversal, é uma atitude! E pode estar presente em várias ações do nosso dia a dia, como no ato de alimentar-se. Que tal sustentar esses hábitos?
Ana Luíza Teixeira (Colaboradora Green Nation)