“Há 30 anos que nos dizem para sermos positivos. Desculpem, mas não vou por aí. Não resulta, ou já teríamos baixado as emissões de gases tóxicos para o planeta. O que precisamos é ação”.
Nascida na capital da Suécia em 3 de janeiro de 2003, como muitas crianças, Greta ouviu falar sobre as mudanças climáticas aos 8 anos de idade. Porém, para ela aquilo não fazia parte apenas de uma disciplina escolar, mas representava a oportunidade de realizar ações concretas. Uma de suas primeiras ações foi se tornar vegana por livre e espontânea vontade aos 12 anos. No ano de 2015, após ondas de calor e incêndios que afetaram seu país, realizou um protesto solitário em frente ao parlamento com um cartaz que dizia: “Em greve escolar pelo clima”. A atitude da adolescente se espalhou pelos noticiários e inspirou outros jovens no mundo inteiro a realizarem mobilizações para pressionar políticos e autoridades a cumprir as metas estabelecidas para a redução da emissão de gases do efeito estufa. Ainda na infância foi diagnosticada com síndrome de Asperger, estado do espectro autista que afeta principalmente a capacidade de socializar e comunicar-se com eficiência, mas isso não a impediu de realizar um discurso histórico na ONU, onde declarou veementemente:
“Vocês roubaram os meus sonhos e infância. Estamos no início de uma extinção em massa, e a única coisa que vocês falam é sobre dinheiro e o conto de fadas de crescimento econômico eterno. Como é que se atrevem?”.
Greta seguiu discursando nos eventos de grande importância relacionados ao clima como a Comissão do Meio Ambiente do Parlamento Europeu, Cimeira do Clima e Ação Climática e também participou do TEDx em Estocolmo, algo bem desafiador para uma adolescente, não é mesmo? Ganhou o prêmio “Embaixador da Consciência” da Anistia Internacional que também homenageou personalidades como Malala Yousafzai e Nelson Mandela. Foi eleita como uma das 100 personalidades mais importantes do ano de 2019 pela revista Times, mulher do ano na Suécia e indicada ao prêmio Nobel da Paz. Greta Thunberg se atreveu, apesar dos obstáculos, a não se conformar com a situação climática atual. Ela é a voz de uma juventude consciente que ousa enfrentar o conformismo e o conforto das gerações anteriores, e é por isso que recebeu críticas de homens como o ex-presidente Donald Trump, que a acusou de estar querendo explorar um falso mercado verde e também a chamou de histérica, um discurso típico em resposta a mulheres que se posicionam.
Tudo isso aconteceu através das pequenas atitudes de Greta, após a ação de uma adolescente. Esse exemplo inspirador pode nos levar a refletir como pequenas atitudes podem se tornar grandes, de fato. Que possamos nos inspirar na história de Greta para sermos ousados e independente de idade, sexo ou diagnósticos, realizarmos nossas próprias ações em favor do clima e de outros temas fundamentais para a sobrevivência do planeta.
“Não compreendo como continuam a viver como se não fosse nada.”
Natalia Rodrigues (Colaboradora Green Nation)