O Brasil está secando: A crise é ambiental, energética e econômica

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ODS - ONU

Nos últimos meses, o país tem se deparado com constantes aumentos de preços, seja no combustível, alimentação, gás, energia elétrica e até mesmo a água que ao longo dos meses já vinha sofrendo acréscimos seja para corrigir a inflação ou repassar os custos.

Desde 2020 foi observado a maior redução no volume de chuvas em 91 anos. A ocorrência meteorológica que justifica é o padrão irregular das frentes frias que interferem na circulação da atmosfera afetando inclusive a formação de fenômenos como El Niño e La Niña, de acordo com a meteorologista do Inmet, Morgana Almeida.

Essas consequências estão relacionadas direta ou indiretamente com a maneira como o país, assim como o resto do mundo, vem gerindo seus recursos naturais. O governo brasileiro emitiu no último mês um alerta nunca antes feito: crise hídrica em decorrência da falta de chuvas. 

A manutenção da quantidade de água presente em corpos hídricos como lagos, rios e lençóis d’água depende fundamentalmente das chuvas. Já a formação das chuvas está relacionada com o vapor de água presente na atmosfera que sofre a ação da temperatura e tem origem na evaporação desses corpos d’água e também na evapotranspiração do solo e vegetação. O desmatamento da floresta amazônica tem influenciado nessa dinâmica de distribuição irregular que interfere nos fluxos de vapor da atmosfera ou mais conhecidos com rios voadores que devolvem a umidade proveniente do oceano para o continente, levando chuvas para outras regiões do país. A destruição de outros biomas como o Pantanal e o Cerrado também intensificam o desequilíbrio e a redução da disponibilidade de água.

Essa dependência dos recursos hídricos atinge também a produção de energia elétrica, já que a mesma provém de hidrelétricas e representam até 65% da produção nacional. Os impactos da seca fazem com que a energia seja captada de outras fontes como a das usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.

Outra consequência da falta de chuvas é a redução da disponibilidade de produtos agrícolas já que as safras não prosperam e os prejuízos são repassados mais uma vez ao consumidor através da escassez de produtos e aumentos de preços.

As mudanças climáticas causadas pelo excesso de gases de efeito estufa na atmosfera, fazem com que o efeito estufa seja mais intenso e contribua para o aumento da temperatura global do planeta. Como consequência desse fenômeno, eventos extremos são esperados com mais regularidade, como enchentes e ondas de calor que, sem um plano de mitigação ou adaptação a essa nova realidade, permitirá que “desastres naturais” aconteçam com maior intensidade e com mais frequência como os que aconteceram recentemente em vários países da Europa.

Natalia Rodrigues é carioca, colaboradora do Green Nation, graduada em Ciências Biológicas e especialista em Engenharia Ambiental e do Saneamento Básico. @natalia.rodriguesc

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