De um jogo de videogame muito popular na década de 2010, surgiu a ideia inovadora de aproximar o público ao encantamento, diversão e conhecimento de um planetário, em plena pandemia e num contexto de restrições sanitárias. O Planetário do Carmo, localizado em São Paulo capital, sempre teve o objetivo de encantar o público através dos céus, conta a programadora-chefe da equipe do planetário, Henriette Righi. Com o fechamento do local em 2020 devido à pandemia, ficou difícil ter o contato com o público, e as lives na internet não saciavam a vontade de troca e aprendizado com os telespectadores. Foi aí que surgiu a ideia de criar o ambiente do planetário no famoso jogo cubicular Minecraft, com a possibilidade de interação com o público enquanto jogam e vivem a experiência de estarem no local na versão Minecraft. A partir daí, surgiu uma outra ideia para ampliar o ambiente do Minecraft e conectar o público com a sustentabilidade.
Em uma parceria entre o Green Nation e a UMAPAZ – Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo e gestora do Planetário do Carmo -, programadores do local criaram o ambiente do Parque do Carmo no jogo e oferecem ao público uma visita guiada todos os domingos, ao vivo. Dessa forma, o jogador consegue brincar e se informar ao mesmo tempo, usufruindo de uma experiência única e segura de visita ao Planetário. A grande novidade, que está por vir nos próximos meses, é o Festival Anual do Green Nation programado no ambiente do jogo, possibilitando uma oportunidade singular aos antigos (e aos novos também) frequentadores do evento presencial, dessa vez no divertido mundo do Minecraft. O Festival estará ao lado do Planetário do Carmo no mundo virtual do jogo, possibilitando que o visitante conheça os dois espaços e aprenda sobre sustentabilidade e astronomia através do encantamento e da interação com o ambiente. A ideia, segundo Marcos Didonet, Diretor do Green Nation, é aproximar as novas gerações da temática da sustentabilidade de um jeito lúdico e divertido.
Para que a visita se torne mais interessante em termos de jogabilidade para o usuário, foram colocados vários desafios: “droppers”, recurso muito utilizado em outros ambientes do jogo; cenários que serão desbloqueados através de um quiz, com perguntas relacionadas aos 17 ODS definidos pela ONU; ecossistemas representando biomas brasileiros, entre outras novidades. As principais instalações do evento físico também vão ganhar suas versões cúbicas dentro do jogo. Desde o início do projeto, houve uma grande preocupação em manter uma boa jogabilidade, a fim de garantir a diversão junto com o aprendizado sobre sustentabilidade e meio ambiente. As possibilidades de visitas são inúmeras, pois todos os elementos colocados no jogo contam histórias e estimulam a curiosidade, além disso o desenvolvimento do jogo é aberto, ou seja, um processo que está sempre adicionando novos elementos, droppers e conteúdos para a vivência do Green Nation. E quem não sabe jogar vídeo game e ainda sim quer conhecer o espaço? Também é possível. Para aqueles que quiserem, é possível pular fases do jogo quando for preciso para avançar para conhecer todos os cenários desenvolvidos.
O grande desafio dessa empreitada é se aproximar do princípio fundamental do Green Nation: a experimentação. Nas palavras de Marcos Didonet, “O Green Nation é um grande mergulho na sensorialidade e na emocionalidade. O toque, a imersão, tudo isso.”. Trazer essa vivência para o mundo de um videogame é realmente um enorme desafio, mas que tem sido bem sucedido. Para manter o princípio da interação com o ambiente, o lançamento do jogo estará conectado com a primeira edição do Green Nation WorldWide, a versão online do evento físico, repleto de oportunidades para o público participar ativamente. Para além dos droppers, quizzes e mini games, haverão 17 salas no evento representando cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Cada sala terá debates e conversas aprofundando os conhecimentos relativos a cada ODS, ao longo de todos os dias do evento que acontecerá ainda neste semestre.
O projeto educativo surge em um momento delicado, onde milhares de crianças e jovens brasileiros têm cada vez mais dificuldades no acesso ao ensino – visto que muitas escolas ainda estão fechadas e não tem estrutura para ensino remoto – com as desigualdades latentes ainda mais aprofundadas. É com o objetivo de ampliar o ensino e a informação sobre sustentabilidade aos brasileiros que o Green Nation lança sua versão no Minecraft, prevista para ser lançada em outubro deste ano. O acesso é livre para quem quiser jogar, porém, os usuários precisam de acesso prévio à plataforma Minecraft. As fronteiras do tradicional festival presencial foram transbordadas para o mundo virtual, tornando a partilha de conhecimento e experiências sobre sustentabilidade mais democráticas.
Fica o convite para a experiência e o encantamento dentro do mundo do Green Nation envolto na experimentação e na sustentabilidade. O ambiente estará disponível para acesso em breve!
Ana Luíza Teixeira é colaboradora do Green Nation, graduanda do último ano em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Uberlândia, ambientalista e produtora de conteúdo. LinkedIn