EDUCAMARES: Entre as Membranas de Ondina

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ODS - ONU

A EDUCAMARES nasceu em 2013, a partir da iniciativa de um grupo de alunos do curso de Oceanografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ao longo desses oito anos, muitos contribuíram para a evolução do projeto, mas se mantiveram na atuação as idealizadoras Clara Dourado, Elissama Menezes e Beatriz Moreira. Segundo elas, o coletivo surgiu após a Semana de Oceanografia da UFBA, um evento organizado por estudantes, que despertou o questionamento e a vontade de incluir as pessoas e o social no âmbito da oceanografia. “Como eu vou trabalhar a oceanografia com as pessoas que estão envolvidas com o mar? Esse foi o start.”, contou Clara. 

A educação ambiental marinha com as comunidades se mostrou o meio ideal para colocar essa proposta em prática, trazendo essa sensibilização através da arte, do esporte e do pensamento crítico, com o objetivo de educar para lidar com o ambiente e com o natural, recuperando os saberes tradicionais e trazendo-os para as comunidades. Nessa relação, os conhecimentos milenares são a chave para um futuro mais sustentável. “Os povos tradicionais fazem a educação ambiental marinha vivendo, está presente no dia a dia deles. Temos que resgatar essas práticas”, afirmou Elissama. Com essa finalidade, o projeto procura abranger a todos, desenvolvendo atividades que englobam todas as faixas etárias.

Os projetos são desenvolvidos pensando nas necessidades das comunidades, a partir da contextualização com o lugar, as pessoas e a cultura. “Nós também pertencemos a comunidades, então nós conseguimos nos colocar como membros daqueles lugares e identificar o que é preciso ali”. A Videodança “Entre as membranas de Ondina” é a mais recente realização da EDUCAMARES. A ideia inicial era fazer um espetáculo de dança, mas para manter a segurança dos organizadores e das comunidades, em função da pandemia do novo Coronavírus, o espetáculo passou para o meio digital e foi reformulado para ser uma videodança. Com a reformulação, o projeto foi premiado com o edital Jorge Portugal e publicado no Canal EducaMares do Youtube, em junho deste ano. Para Clara, foi incrível realizar algo tão bonito e encantador. “Foi uma grande realização da EDUCAMARES.” 

A linguagem da dança está presente desde a primeira atividade do coletivo, realizada em 2014, durante o Tardal em Salvador, na Praia do Jardim de Alah. A organização do festival convidou a EDUCAMARES para fazer uma apresentação que mobilizasse contra o descarte inapropriado do lixo gerado pelo público do evento. Nisso, Ondina fez sua primeira aparição. “Essa personagem sempre esteve ligada ao projeto e expressava muito bem a conexão da arte com a atuação do coletivo”, relembra Beatriz. Assim, Ondina foi ganhando cada vez mais forma, corpo e significado. A ligação da dança com A EDUCAMARES é muito bem expressada nas palavras de Elissama: “Quando se olha para a natureza, ela dança, gerando um movimento que envolve e sensibiliza as pessoas. Então, a dança é um instrumento muito eficaz quando a gente pensa nesse objetivo”. 

Com a coreografia e roteiro de Clênio Magalhães, participação especial da Dona Janira Moraes e em cenários que vão desde o mar, até o mangue e o asfalto, “Entre as membranas de Ondina” nos conta uma história sobre o ser elementar do Oceano, mas também engloba tudo o que esse ser representa para as idealizadoras do projeto, desde representatividade, bem estar, história, conexão e muito mais. “Não existe uma resposta da EDUCAMARES para quem é Ondina”, ela é aquilo que o mar, a humanidade e a relação histórica entre esses espaços pode despertar em cada um que acompanha o processo vivido no decorrer dos vídeos, com uma profunda percepção do passado, presente e futuro, tanto dos oceanos quanto das relações sociais que o acompanham.


Imagem de making of da produção.

Essa evolução também está relacionada com a própria EDUCAMARES, que em todos esses anos vem passando por um processo de construção e aperfeiçoamento, a fim de integrar cada vez mais as comunidades no desenvolvimento das atividades. “Queremos promover capacitação para as pessoas poderem escrever, produzir e filmar. Trabalhar com a gente”. Esses sonhos e expectativas movem o coletivo desde o início, mesmo quando elas precisavam financiá-lo. “Na época da faculdade nós pagávamos para a EDUCAMRES existir, porque verba sempre foi uma questão. Agora nos sentimos mais maduras para participar de editais. Conseguimos vislumbrar um futuro interessante pós pandemia”. 

Fortalecer a educação ambiental é uma ação do presente que pode mudar o futuro. Iniciativas como essa fazem a diferença na vida de todos, direta ou indiretamente. Por isso, apoiar essas ações já é um passo na direção de um mundo melhor e mais sustentável. “Entre as membranas de Ondina” e outros conteúdos criados pelo coletivo estão disponíveis no Canal EducaMares, no youtube. Acompanhe, também, os próximos passos e o desenvolvimento do projeto no Instagram @educamares.

Maria Vitória de Moura é matogrossense, colaboradora do Green Nation, graduanda em Relações Internacionais na Universidade Federal da Integração Latino-Americana e apaixonada pela escrita em todas as suas formas. LinkedIn

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