Novas normas destinadas ao mercado financeiro que direcionam seus investidores; Na prática são os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aplicados ao mercado de capitais.
Uma sigla tem se tornado cada vez mais frequente no mundo dos investimentos. Trata-se dos fatores ESG que se referem às palavras em inglês Environmental, Social and Governance, livremente traduzidas como: melhores práticas ambientais, sociais e de governança. O termo surgiu em 2004 a partir do Pacto Global da ONU em parceria com o Banco mundial, para que pudessem ser incluído dentre os fatores de análise financeira, ou seja, além de indicadores de crescimento, rentabilidade, liquidez, atividade e equilíbrio financeiro, os fatores ESG agregam valores que apesar de intangíveis são cruciais na análise de investidores preocupados com a atuação responsável e transparente das corporações.
Além de atrair esse nicho de investidor, os ESG são uma demanda que tem demonstrado ser uma tendência crescente, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Os fatores ESG contribuem para que melhores práticas sejam estabelecidas, ambiental, mas também socialmente, o que perpassa, por exemplo, pela igualdade de gênero e inclusão de minorias, além dos fatores de governança que incluem combate a fraudes, corrupção e incentivam a transparência.
No Brasil, a tendência ESG vem crescendo, sendo influenciada por demandas da sociedade aliadas às recentes crises ambientais. Mas será que as empresas que cumprem os requisitos ESG são realmente rentáveis? A princípio, vale destacar que para que uma empresa se torne ESG, não precisa necessariamente atuar com produtos sustentáveis, mas deve cumprir os requisitos que demonstrem práticas que estejam em concordância com os valores dos ODS. A partir dessas práticas são pontuadas positivamente ou negativamente. Apesar do termo ter sido estabelecido em 2006, alguns desses fatores já vigoravam desde a década de 70. Um dos índices de referência estadunidense, o MSCI Index, apresentou valorização ao longo de um período de 30 anos e a Aliança Global de Investimento Sustentável em 2018 apontou crescimento de 34% em dois anos, o que remete a 30,7 trilhões de investimentos em ativos sustentáveis nos cinco principais mercados mundiais.
Apesar do crescimento, menor volatilidade e da propensão a ter menos problemas relacionados aos temas ESG, como corrupção e conflitos de interesses por exemplo, e de ser um indicador de boas práticas, os investimentos continuam a ter riscos e devem ser analisados cuidadosamente porém, ao analisar as tendências mundiais, as empresas ESG vem demonstrando um retorno melhor e mais saudável se comparados as que não praticam esses fatores.
Natalia Rodrigues – Colaboradora Green Nation