Empresas desejam aumentar seus lucros e criam necessidades no imaginário dos consumidores que poderiam ser evitadas. Aparelhos eletroeletrônicos têm vida útil curta e, o que há vinte anos se trocava poucas vezes e consertava-se algumas, troca-se muitas vezes e não conserta-se nunca.
Quem pensa que, ao descartar o lixo, está limpando sua casa e está livre de mais um objeto sem serventia, pode estar sujando um lugar distante e contaminando povos de outros continentes.
Por isso, vale a pena repensar atitudes consumistas, uso de objetos descartáveis ou com breve vida útil e necessidades que não se justificam.
O lixo eletrônico é um grande problema não só para as sociedades altamente conectadas mas também para miseráveis, vítimas do despejo incorreto de material tóxico derivado de eletroeletrônicos.
É uma conta que não fecha e que faz mal para todo o planeta. Os monitores de TVs são um excelente exemplo para confirmar a afirmação. Antes eram de tubo pois grandes funis vítreos do interior -chamados tubos de raios catódicos, ou CRTs,- eram derretidos e transformados em peças novas. Hoje não só os tubos mas a demanda por eles inexiste criando um sério problema para quem investe na indústria da reciclagem.
Reciclar TVs de tela plana é algo pouco interessante pois é caro, complexo e gera produtos pouco procurados no mercado. O jornal Folha de São Paulo informou que “cerca de 300 mil toneladas de vidro estão armazenadas em depósitos dos EUA, e sua reciclagem de forma responsável custará de US$ 85 milhões a US$ 360 milhões, segundo relatório de dezembro da entidade TransparentPlanet, que pesquisa o lixo eletrônico.”
Mesmo diante de leis que obrigam a logística reversa, ou seja, a coleta e reciclagem do lixo gerado por empresas, o problema persiste. Uma das justificativas é a dificuldade de rastrear o destino do objeto; de suas centenas de peças e componentes. Práticas como a “lavagem verde”, por meio das quais as empresas apenas fingem adotar práticas ambientalmente responsáveis, comprometem um processo de reciclagem com menor impacto ambiental.
O mais comum é reter produtos comercialmente lucrativos entre os recicladores “oficiais” e terceirizar a parte mais “suja” e pouco valorizada do processo. Diante desta dinâmica, o lixo mais tóxico e imprestável vai para países em desenvolvimento como China, nações africanas e, até mesmo, Brasil.
Procure saber mais sobre este problemas e verás que optar pelo consumismo desnecessário e pela indústria do semi e integralmente descartável é optar por um cenário contaminado, covarde e pouco saudável para todo o planeta.
Fonte:
Folha de São Paulo