Uma década para salvar o oceano, qual o papel do Brasil nessa missão?

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ODS - ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece pautas importantes a serem discutidas e observadas durante uma década. Para os anos 2020, partindo de 2021, o tema central de uma das causas é o Oceano, importante fonte de renda, sobrevivência e riquezas naturais. A Década Internacional das Ciências do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável é uma proposta da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Essa moção ganhou forma em 2017 após a Conferência do Oceano, realizada pela ONU em Nova Iorque, e será, até 2030, parte importante das ações conjuntas entre os países membros da organização. No entanto, a preparação para o desenvolvimento da ação foi interrompida pela pandemia da Covid-19. O segundo encontro dos países signatários deveria ocorrer em maio de 2020, na França, o que foi impossibilitado pelo alto índice de contaminação pelo Coronavírus. Porém, os preparativos seguem online, através de Workshops. 

Durante a década para salvar o oceano a intenção é cumprir 7 objetivos principais, cujo foco parte da redução dos fatores de estresse até o aumento do conhecimento sobre o uso sustentável dos oceanos e o compartilhamento desse aprendizado com a sociedade. Além disso, entender melhor o funcionamento desse bioma e como ele influencia o planeta é, sem dúvidas, uma parte importante desta caminhada, principalmente no tocante à análise dos impactos negativos que impactam diretamente a humanidade. Por isso, o projeto busca um oceano saudável, resiliente, explorado de forma consciente e sustentável e, acima de tudo, previsível, fator importante para que sejamos capazes de mitigar eventuais acontecimentos futuros.

Para o sucesso da ação, é imprescindível alcançar a população e informar sobre a importância de preservar o Oceano. Assim, entende-se a necessidade de colocar a pauta no ensino fundamental e médio, de forma mais assertiva, com a finalidade de educar desde cedo as próximas gerações, para que passem a cuidar cada vez mais do meio ambiente marinho e, também, terrestre. Será preciso, portanto, capacitar os professores para que esse diálogo seja feito da melhor forma possível, visando garantir uma conscientização efetiva. A mídia também exercerá um papel fundamental nessa mudança, pois é a partir dela que grande parte dos dados coletados chegarão à sociedade. O conjunto dessas medidas, juntamente com os demais objetivos da Década, procurarão melhorar a nossa relação com esse gigante azul e vislumbrar um futuro mais sustentável e consciente. 

Quanto ao Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação está desenvolvendo um Plano Nacional para a Década do Oceano. O plano é uma iniciativa conjunta com empresas, instituições de pesquisa, movimentos sociais e organizações não governamentais, e teve início em 2019 com a Oficina Regional de Planejamento do Atlântico Sul. No decorrer de 2020, no entanto, o planejamento se restringiu a Webinários e oficinas regionais, devido à pandemia. Para participar e colaborar basta se inscrever em uma oficina no site oficial da Década no Brasil. Outro destaque na preparação para os próximos anos é a iniciativa da Universidade Federal do Paraná, que organizou a  “Coalizão UFPR pela Década dos Oceanos”. A coalizão busca integrar pesquisadores e projetos que tenham conexão com o ambiente marinho, para que trabalhem em rede. Dessa forma, estudantes, professores e pesquisadores interessados em agregar seu projeto à essa teia devem se cadastrar neste formulário

Os esforços que começam a tomar forma no Brasil são de suma importância, uma vez que, segundo uma pesquisa inédita feita pela organização Oceana, o país lança, todos os dias, 890 toneladas de plástico no mar. Esse estudo reuniu dados do governo durante um ano e meio para chegar a esses resultados. De acordo com os pesquisadores, o Brasil é o maior produtor de lixo plástico na América Latina, sendo o 4° maior no mundo. Deste lixo, 5% acaba indo parar no fundo do mar, sendo 325 mil toneladas por ano. Parte dessas substâncias são ingeridas pela fauna marinha, que acaba morrendo, e uma outra parcela é ingerida por nós, seres humanos, através de micropartículas na água e nos peixes. 

Dessa maneira, a Década do Oceano, objetivando conhecer, respeitar e educar a sobre os oceanos, chega em um momento crucial para o mundo e para os brasileiros. É tempo de reavaliar e priorizar as ações coletivas. Com essa finalidade, a educação popular é vista como crucial na batalha contra a poluição marinha, assim como, o respeito e o financiamento à ciência.

Maria Moura (Colaboradora Green Nation)

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