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ODS - ONU

O Green Nation WorldWide traz grandes especialistas para discutir projetos de despoluição de um dos recursos mais fundamentais para muitas comunidades ao longo da história humana.  

Inscreva-se e participe do Seminário “Despoluição e Recuperação de Rios Urbanos” dia 30/11 às 17h.

Foi nas margens dos rios que as primeiras comunidades começaram a se fixar. Os povos que antes eram nômades, ao se depararem com fontes “permanentes” de água, as utilizaram para suprir a produção de alimentos, através da criação de animais e da agricultura. A água está tão relacionada à vida, que compõe cerca de 70% do peso médio do corpo humano e sua presença pode ser indicativo de vida em outros planetas. Ainda hoje é essencial para a sobrevivência de populações, sendo utilizada para realizar o transporte de pessoas e cargas, pesca, abastecimento das casas e até mesmo produção de energia elétrica.

No Brasil, segundo o Atlas Esgotos Despoluição de Bacias Hidrográficas, 38,6% dos esgotos não são coletados ou tratados e 18,8% dos esgotos são coletados, porém, enviados para os corpos hídricos sem tratamento. Apenas 42,6% são coletados e tratados antes de serem devolvidos aos mananciais, fazendo com que diariamente 5.516 toneladas de resíduos orgânicos sejam ainda enviados aos reservatórios e rios. No mundo, 80% das águas residuais retornam sem tratamento.

A intensa utilização dos corpos de água, o desmatamento, o aumento do consumo, o desperdício, a poluição hídrica e as alterações climáticas são fatores que influenciam a qualidade e a quantidade da água disponível. Essa escassez, prejudica não apenas a biodiversidade e os ecossistemas mas também, os meios de subsistência e a segurança alimentar. A crise da água revela a urgência em ações de recuperação que revertam as consequências do desenvolvimento insustentável, permitindo assim a adaptação necessária às novas condições climáticas.

Existem várias técnicas de despoluição de rios, porém, a principal solução é basicamente o tratamento dos resíduos, impedindo que estes sejam lançados diretamente na água. Seguindo esse princípio que rios como: Rio Jundiaí, (Brasil), Tamisa (Reino Unido), Sena (França), Cheonggyecheon (Coreia do Sul), Cuyahoga (Estados Unidos) e Tejo, Lisboa (Portugal) tiveram êxito na despoluição. Contudo para que isso ocorra, são necessários o comprometimento do poder público e privado, compromisso com o ambiente, seriedade administrativa, profissionais especializados e o envolvimento da comunidade.

Sobre este engajamento da comunidade, Paulo Constantino, um dos porta-vozes do movimento proTEJO, afirma que:

“O principal desafio para a despoluição de rios é a sensibilização e consciencialização dos cidadãos e dos decisores políticos para adoção de comportamentos que contribuam para a melhoria da qualidade da água e a eficiência do uso da água, bem como dos diversos setores de atividade económica para a necessidade de transição para uma economia sustentável que assegure o bom estado ecológico das massas de água e que conserve e restaure a biodiversidade.”

O proTEJO – Movimento Pelo Tejo, criado em Portugal, surgiu justamente com o propósito de mobilizar cidadãos em favor da proteção do Rio Tejo, o mais extenso da Europa Ocidental, que sofria com dificuldades geradas em consequência da diminuição de seu caudal. Também passou por processo de despoluição, que apesar de ser considerado bem-sucedido, decorreu a partir de imposição legal e apoios financeiros por parte da União Europeia, para o investimento em Estações de Tratamento de Águas Residuais Urbanas, mas que, atualmente, ainda apresenta graves problemas de poluição.

As alterações climáticas interferem diretamente no ciclo da água, afetando a quantidade e qualidade da água. No aspecto da disponibilidade hídrica, o aumento da temperatura causa o aumento da evapotranspiração gerando maior concentração de vapor de água na atmosfera, diminuindo o escoamento médio anual e os níveis de precipitação. Os padrões climáticos são alterados, intensificando eventos como secas e inundações, dificultando a regeneração da cobertura vegetal. Na perspectiva da qualidade, as altas temperaturas da água diminuem o nível de oxigênio dissolvido, prejudicando a manutenção da vida aquática e processos de autodepuração, favorecendo a ocorrência da eutrofização e floração de algas. A baixa precipitação diminui a recarga de águas subterrâneas concentrando os sais, afetando a potabilidade.

Como medidas de mitigação das alterações climáticas, Constantino preconiza ações de conservação e restauração da biodiversidade, uso eficiente da água e práticas sustentáveis na indústria e agricultura.

Paulo Constantino e grandes nomes envolvidos com projetos de despoluição de rios estarão presentes no Green Nation WorldWide no dia 30/11 às 17h. “Despoluição e Recuperação de Rios Urbanos” encerra a programação dos seminários, onde serão discutidas perspectivas de despoluição de rios urbanos, caminhos possíveis e os desdobramentos sociais e econômicos. Dentre os convidados para debater estão Frank Rogalla (Diretor de Inovação da Aqualia, em Madrid, que participou dos processos de despoluição dos Rios Sena e Tâmisa) e Paulo Constantino (Fundador e porta-voz do proTEJO – movimento pelo Rio Tejo – Portugal). Participa também Ricardo Daruiz Borsari, diretor metropolitano da Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (empresa que apresenta esta atividade), que falará sobre o programa Novo Rio Pinheiros.

Inscreva-se e participe gratuitamente!

Natalia Rodrigues é  carioca, colaboradora do Green Nation, graduada em Ciências Biológicas e especialista em Engenharia Ambiental e do Saneamento Básico. @natalia.rodriguesc

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